Ano Letivo
2011/2012
Unidade Curricular
Atelier 1A – Paisagem
Ano Curricular
4º
Docência
Rute Carlos
Título do Exercício
A Paisagem ao Longo do Rio Selho em Pevidém
Local de Intervenção
Pevidém, Guimarães
Enunciado do Exercício
ATELIER 1A contempla um único exercício prático, faseado, que tem como objetivo a reflexão e a transformação da paisagem ao longo do rio Selho em Pevidém. Partindo desta área de reserva ecológica e agrícola, procurar-se-á analisar a complexidade do lugar, interpretando os elementos, os processos, as dinâmicas e as lógicas relacionais que caracterizam a sua paisagem, de modo a formular uma estratégia de atuação que ative o seu potencial latente. O exercício desenvolve-se em três fases: (1) ANÁLISE – a partir da observação in situ e da exploração do lugar os alunos, em grupo, deverão construir uma narrativa (crítica e seletiva) que sintetize a problemática e o potencial do lugar e que aponte uma ideia/conceito de intervenção. (2) ESTRATÉGIA – a través da exploração da ideia, os alunos deverão descobrir/desenvolver as ferramentas que permitem sintetizar o processo de atuação, enquadrando-o num projeto estratégico capaz de definir em simultâneo, um método de atuação e um compromisso formal com o lugar, definindo programa(s), escala(s) e tempos(s) de intervenção. Nesta fase serão também definidos os âmbitos de atuação individual. (3) ATUAÇÃO – a partir da estratégia, cada aluno individualmente irá produzir um estudo preliminar de um âmbito de atuação, desenvolvendo ferramentas que o permitam sintetizar. Esta fase concluirá com a definição formal e construtiva de uma ou várias intervenções propostas.
Américo da Silva, Ivo Barbosa, Mónica Castro e Ricardo Acosta
Painel de grupo.
A presença de vários equipamentos associados à água presentes neste território, Pevidém, denota a importância do Rio Selho e seus afluentes naquilo que é a evolução deste lugar. A exploração consolidada do uso do solo nos campos agrícolas, os espaços adjacentes a esquipamentos hídricos como a mini-hidrica e minibarragem e os lavadouros, apresentam-se como características diferenciadoras e oportunidades de intervenção.
Reconhecendo e caracterizando a água e as diferentes infraestruturas que lhe estão associadas entendemos haver um padrão de utilização do solo associado a cada infraestrutura (ou conjunto de infraestruturas): - Tanques agrícolas e valas de regadio: refletem o culto da agricultura; Tanques urbanos e afluente do rio Selho: refletem uma ocupação mais recente, a utilização urbana; Mini-barragem, mini-hídrica e moinho: indício do trabalho fabril que caracteriza a área de intervenção;
Fixando esta análise, a história do lugar pode agora ser contada a partir da água, uma vez que as infraestruturas reconhecidas são pegadas que persistem na memória espacial e temporal do lugar.
A estratégia define-se assim pela utilização de mecanismos de água como catalisadores da intervenção, mecanismos enquanto característica que descreve o dinamismo e a sazonalidade da água e que se relacionam com a utilização da água por equipamentos mecanizados.
Considerando que as próprias infraestruturas de água nos contam que cada uma é específica a uma área de utilização, sintoma de um lugar desenvolvido a três tempos, pretende-se que a água e os seus mecanismos continuem a ser o fio que conduz a história deste território, pelo que as ações a incidir sobre ele também procurarão essa correspondência.
MECANISMOS AGRÍCOLAS, Ivo Barbosa
Painel individual.
Esta porção de território é identificada como de exploração agrícola, quer de caracter domestico como de caracter mercantil, onde o desenho parcelar varia em dimensão e se adapta fortemente à topografia e a uma estrutura de rega. Este sistema hierárquico de tanque, vala, valas de regadio, mostra uma sequência de uso que explica em parte a conformação parcelar deste território.
O que propomos é uma reinterpretação do sistema tradicional, adaptando-o as exigências e as condicionantes atuais. Assim, mantendo a importância da água como elemento organizador do território, inserimos um reservatório coletivo abastecido por uma bomba apenas, fazendo com que através de apenas uma se consiga servir todo um conjunto de parcelas. Através de um sistema de comportas por flutuadores matemos a água de nível para todas as parcelas, disponibilizando assim água utilizável, acessível por comportas manuais.
MECANISMOS COMUNITÁRIOS, Américo da Silva
Painel individual.
MECANISMOS LÚDICOS, Mónica Castro
Painel individual.
MECANISMOS FLUVIAIS, Ricardo Acosta
Painel individual.
Através da análise realizada anteriormente ao território de S. Cristóvão do concelho de Pevidém foi possível verificar que existem três mecanismos fortemente associados ao percurso do rio Selho. São estes o moinho, a mini hídrica e a pequena barragem. Desta forma, a sugestão de projeto vai incidir sobre os movimentos, as manipulações, as ações e reações provocadas e absorvidas por estes três mecanismos ao longo deste troço de rio, que inicia no moinho e termina na barragem. A ideia do percurso tem, não só, o objetivo de fazer uma ligação formal e funcional entre os três mecanismos, mas também, devido à sua proximidade com o rio, funcionar como elemento de sensibilização para o valor histórico e prático da água neste território.