Ano Letivo

2015/2016

Unidade Curricular

Laboratorio de Urbanistica

Ano Curricular

Docência

Cidália Ferreira da Silva, Vincenzo Riso e Fernando Ferreira

Título do Exercício

Wastelands

Local de Intervenção

Vários Lugares do Concelho de Braga

Enunciado do Exercício

O concelho de Braga caracteriza-se por uma imposição intensa de processos de urbanização, que transformaram solo rural em solo urbano, realizados fundamentalmente nos últimos 20 anos. Estes processos incluem fundamentalmente: a construção de infra-estruturas viárias e a implementação de loteamentos habitacionais e industriais. No presente exercício, pretende-se desenvolver um trabalho de investigação aprofundado sobre estes processos e respetivas consequências, nomeadamente no mapeamento e interpretação das “wastelands” existentes na amostra: espaços desperdiçados, resultantes ou de processos inacabados de urbanização ou de processos de imposição infra-estrutural.

WASTELANDS

Vários autores

WASTELANDS 1 por Beatriz Meneses, Raquel Barca e Thomas Bloomfield
Local: concelho de Braga

Entende-se na amostra como os terrenos que se encontram são mal aproveitados ou, por vezes, nem sequer se encontram ocupados. Como a amostra é no centro de braga à partida, por ser um centro tão denso não parece haver um grande número de wastelands. Mas na realidade temos uma variedade expansiva sobre este tema, estando mais debruçado, devido ao valor histórico do local, sobre casas em ruínas e locais abandonados. No que diz respeito às classificações dos wastelands, alguns foram deixados ao abandono e ao esquecimento, apoderando-se a Natureza destes espaços. Pode-se por isso referir as casas abandonadas e terrenos abandonados que nem sequer apresentam apropriações. Encontram também terrenos que são destinados a loteamentos, ou seja, lotes inacabados. Estes terrenos podem estar à espera de construção ainda, ou alguns acabam por nunca mais serem utilizados para esses fins. Podem até ser terrenos que tiveram várias intervenções ao longo do tempo e que nunca foram bem-sucedidos. Quase como se o próprio terreno não quisesse ser ocupado. Não podendo deixar de referir os terrenos que apesar de parecerem estar ao abandono revelam apropriações podendo serem elas apropriações agrícolas ou apropriações para estacionamento. Com a evolução da cidade e a construção de autoestradas, via rápidas e viadutos começaram também a aparecer sobras de terreno, terreno desperdiçado, que também se entende por wasteland.



WASTELANDS 4
 por Andreia Soares, Leandro Alves, Luís Ferreira e Sarah Shrbaji
Local: concelho de Braga

As 5 tipologias das “wastelands” foram escolhidas de acordo com as características que as unem como um todo. Essas propriedades representam processos de urbanização inacabados, parcelas agrícolas abandonadas, construções inacabadas, ruínas e construções infraestruturais. Em que em cada uma dela se tenta transmitir de um modo mais correto e dinâmico possível. Para isso optou-se tanto na planta como na secção por uma representação geométrica, em que o seu maior objetivo é perceber o espaço sem artifícios. Materialidade, com apoio de fotomontagem, tenta-se explicá-la tanto na vertical como na horizontal (planta e alçado). Os sons e os cheiros adquiriram uma representação mais diagramática pelo facto de serem difíceis de representar num suporte bidimensional. Sendo assim usaram-se pictogramas. Enunciam-se os diferentes tipos de vegetação presentes na amostra, desde o “dente-de-leão” ao “língua-de-vaca”. Os limites definem-se através de pormenores, detalhes que aparentam definir os limites do espaço. Por fim as apropriações aparecem através de perspetivas, mais uma vez esquemáticas, com apoio fotográfico, tentam explicar os “hábitos que o espaço recebe.



WASTELANDS 5
 por Eduardo Lopes, Joel Duarte e Rui Barbosa
Local: concelho de Braga

A amostra é referente a uma zona da cidade de Braga que engloba maioritariamente o Bairro das Fontainhas e o Bairro da Henriqueta. Estes têm vindo a sofrer grandes alterações ao longo dos últimos anos. Nesta é visível um contraste entre tipos de habitação que refletem estilos de vida muito distintos e épocas de construção, havendo assim um choque entre habitações de carácter mais tradicional e rural com edifícios de habitação plurifamiliar. Apesar deste aumento de construção nesta parte da cidade pode-se ver que grande parte dela ainda é ocupada, ou por áreas florestais, ou por zonas agrícolas e, por isso, as wastelands não aparecem numa quantidade que seria de esperar numa região que está em constante mutação. Como nesta parcela houve uma manipulação de grandes áreas para a construção de infraestruturas de serviços públicos, como a Universidade do Minho e o Hospital de Braga, foi necessário a criação de infraestruturas viárias para servir os mesmos. As wastelands com mais presença na nossa amostra resultam precisamente desse processo, sendo então interstícios entre estas vias ou os taludes originados pelas mesmas. Ainda assim esta zona contém outros tipos de wastelands, dada a concentração habitacional em certas regiões e aos terrenos que, por ainda estarem a ser manipulados, encontram-se construções por completar.



WASTELANDS 6
 por Baltasar Teixeira, José Andrade e Paulo Oliveira
Local: concelho de Braga

A amostra situa-se na zona central de Braga (freguesias de Lamaçães, Nogueiró, Gualtar e São Vítor) uma zona bastante evoluída e densamente edificada o que traduz em bastantes espaços desperdiçados. Com esta intensificação do centro da amostra, nota-se uma infraestruturação no Monte do Bom Jesus a nível de parcelamento e estrutura viária, criando condições favoráveis para a criação de lotes habitacionais em massa. Através destas condições, a amostra apresenta vários tipos de wastelands resultado de processos distintos. Na parte densificada da amostra, apesar da escassa existência, encontra-se variadas wastelands provocadas por processos de loteamento urbano. Dentro das quais interstícios entre duas empenas, interstícios em esquina e elementos excecionais, como interstício em empena e esquina e também um terreno privado abandonado. Junto ao Campus de Gualtar existe também uma wasteland provocada por uma infraestrutura viária, onde foi imposta a venida General Carrilho da Silva Pinto como prolongamento da N103. Esta imposição resultou na divisão do terreno, onde uma parte for aproveitada para lotes habitacionais e para o hotel Meliã e a outra parte é apenas apropriada para pastagem animal e depósito de lixo. Contrariamente, na zona mais afastada do centro começa agora a surgir infraestruturas para a construção de loteamentos e através disso encontra-se uma grade variedade de wastelands, resultado das infraestruturas em espera e de interstícios entre duas empenas devido à grande quantidade de terenos não construídos.



WASTELANDS 8
 por Cláudia Fernandes, Elsa Lisboa e Olavo Franco
Local: concelho de Braga

Depois de uma pesquisa aprofundada, é possível chegar à conclusão que wastelands são espaços que, uma vez originados por diferentes processos, devem ser categorizados da seguinte forma: Processo de Loteamento Urbano: Inclui-se todas as wastelands causadas por duas empenas, interstício entre um loteamento e rede a viária, por suspensão de obra, ou em espera de construção. A principal causa deste processo passa pela intenção de unificar a periferia e o centro da cidade, onde se investe em grande quantidade na construção de loteamentos, mas acaba por não se conseguir responder a nível económico. Processo de infraestruturação: Espaços que são consequência da construção de autoestradas, como taludes artificiais e interstícios causados pela rede viária. Os rápidos acessos, a intenção de se viajar uma longa distância num curto espaço de tempo, leva à construção de uma vasta rede viária. Uma vez que não é pensada metodicamente, origina espaços que são consequências da sua construção. Processo de abandono das parcelas: Grande parte em espera de construção ou produção agrícola, ou construções desabitadas. Por norma, estas parcelas são heranças de pessoas que faziam a sua vida na periferia e passaram para os seus herdeiros que, arrastados pelo emprego e melhor qualidade de vida, se deslocaram para o centro da cidade, deixando estes espaços ao abandono.



WASTELANDS 9
 por Agostinho Sousa, Eduardo Silva e Rui Ferreira
Local: concelho de Braga

Pretende-se analisar o tecido urbano da cidade de Braga, mais especificamente a amostra nº9, e carateriza-se sistematicamente as diferentes situações de wasteland. Esses espaços, denominados de interstícios, encontram-se com frequência, desprovidos de qualquer tipo de utilização. Quer nos casos em que surgem como consequência de operações urbanísticas não terminadas, quer quando surgem na implementação de novas infraestruturas, como espaço sobrante, quer quando surgem do abandono, ou do esquecimento, ou por degradação dos edifícios lá existentes, estes espaços são, na maioria dos casos desprovidos de dignidade. Muitas vezes encontram-se numa espécie de estado de suspensão, à espera do dia em que poderão cumprir com a função que lhes foi imposta pelo agente transformador. Outras vezes são apenas o que sobrou do encontro – ou desencontro – de operações urbanísticas distintas e não comunicantes. Utilizam-se, para a sua caraterização os parâmetros essenciais e definidores desses interstícios: a) Wasteland – fotografia definidora e representativa do grupo de wastelands; b) Planta – Representação em planta da respetiva wasteland; c) Secção – representação em corte da respetiva Wasteland; d) Dimensão – tamanho e área da wasteland; d) Materialidade – caracterização do ponto de vista da materialidade contida na wasteland; d) Sons – Caracterização dos tipos de fontes sonoras perceptíveis da wasteland, e do ruído provocado; e) Cheiros – Classificação qualitativa dos cheiros sentidos na wasteland; f) Vegetação – representação do tipo de vegetação encontrada na wasteland; g) Limites – representação dos limites encontrados na wasteland; h) Apropriações – Caracterização das atuais utilizações das wastelands; i) Valor – Estimativa do valor de mercado da área da wasteland; j) Proprietário – descrição dos proprietários dos terrenos das wastelands; k) Observações – comentários explicativos da wasteland.



WASTELANDS 15
 por Cláudia Tavares, Gonçalo Rodrigues e Maria Araújo
Local: concelho de Braga

A Freguesia de Esporões, pertencente ao concelho de Braga, é atualmente um ponto de entrada da cidade de Braga. As estruturas viárias criadas para aumentar o fluxo de pessoas para o centro trouxeram um grande desenvolvimento para a região, mas também grandes consequências para as zonas mais periféricas. Através da timeline vê-se, não só a evolução e as transformações que ocorrem nas wastelands desta amostra em específico, mas também num modo mais abrangente, na cidade de Braga. Pelo aumento da atratividade do centro de Braga começou-se a notar um maior abandono dos campos agrícolas, matas, habitações e espaços públicos da amostra, e  por falta de financiamento e de população, estes lugares acabaram por ficar no esquecimento. Apesar da freguesia de Esporões ser uma localidade maioritariamente composta por agricultores com pequenas propriedades, as zonas de loteamento começam a ganhar algum destaque. Contudo, e devido à grande crise que ainda hoje é presente, estes loteamentos encontram-se incompletos criando muitas zonas desperdiçadas.



WASTELANDS 16
 por Alexandra Gama, Ana João Sá e Paula Martins
Local: concelho de Braga

Numa nova abordagem ao terreno proposto na freguesia de Nogueira, analisaram-se processos de urbanização que, ao longo de vários anos, modificaram diversas partes do concelho de Braga, transformando o espaço em wastelands. Esta análise consiste numa caracterização metódica das várias wastelands descobertas, recorrendo aos seguintes critérios: dimensão, área, limites, Materialidade, sons, cheiros, vegetação, apropriação, valor, proprietário e observações específicas relevantes. Procedeu-se a uma recolha de informação e sucessiva interpretação através de fotografia, mapeamento, desenho e algum diálogo para assim representar os diversos processos e as suas especificidades. Assim sendo, conclui-se o seguinte: na amostra 16 existem doze wastelands que se dividem em dois tipos distintos: construção de loteamentos (sete processos) e abandono (cinco processos). Relativamente aos processos provocados por construção de loteamentos, identificam-se diferentes transformações: interstícios em empena (empena + rua) e terrenos com infraestruturas em espera. Cerca de cinco deste tipo de wastelands baseavam-se em espaços suspensos, nos quais se denotavam significados e estruturas com uma forte presença, no entanto, acabam por se revelar como terrenos não-construídos, sem propostas e relações envolventes. A sua apropriação baseia-se quase num processo de abandono (vegetação), refúgio/encontro entre pessoas e depósito de diferentes materiais. Logo, o facto de serem espaços não construídos revela a sua maior potencialidade face à apropriação que lhe é conferida. No que diz respeito aos terrenos com infraestruturas em espera, aborda-se um processo de construção e produção comercial que cria impacto no território, baseado num sistema lento e abundante, sem haver reposta imediata por parte do homem. Nos processos provocados por abandono, verificam-se três métodos: habitação abandonada (morfologias diversas), indústrias abandonadas e parcela agrícola abandonada. Todas estas modificações resumem-se a espaços vazios, desprotegidos e consequentemente invadidos por vegetação tundra e ocupação por conveniência para depósitos de pedras. Assim, o processo de abandono baseia-se numa espera constante, com alterações quase nulas, resultando em wastelands desperdiçadas. Define-se por fim um processo de urbanização dissipada, caracterizado por diferentes causas e consequente apropriação, estabelecendo uma relação vácua com aquilo que o envolve, criando assim as wastelands.