Ano Letivo
2011/2012
Unidade Curricular
Atelier 1A – Paisagem
Ano Curricular
4º
Docência
Rute Carlos
Título do Exercício
A Paisagem ao Longo do Rio Selho em Pevidém
Local de Intervenção
Pevidém, Guimarães
Enunciado do Exercício
ATELIER 1A contempla um único exercício prático, faseado, que tem como objetivo a reflexão e a transformação da paisagem ao longo do rio Selho em Pevidém. Partindo desta área de reserva ecológica e agrícola, procurar-se-á analisar a complexidade do lugar, interpretando os elementos, os processos, as dinâmicas e as lógicas relacionais que caracterizam a sua paisagem, de modo a formular uma estratégia de atuação que ative o seu potencial latente. O exercício desenvolve-se em três fases: (1) ANÁLISE – a partir da observação in situ e da exploração do lugar os alunos, em grupo, deverão construir uma narrativa (crítica e seletiva) que sintetize a problemática e o potencial do lugar e que aponte uma ideia/conceito de intervenção. (2) ESTRATÉGIA – a través da exploração da ideia, os alunos deverão descobrir/desenvolver as ferramentas que permitem sintetizar o processo de atuação, enquadrando-o num projeto estratégico capaz de definir em simultâneo, um método de atuação e um compromisso formal com o lugar, definindo programa(s), escala(s) e tempos(s) de intervenção. Nesta fase serão também definidos os âmbitos de atuação individual. (3) ATUAÇÃO – a partir da estratégia, cada aluno individualmente irá produzir um estudo preliminar de um âmbito de atuação, desenvolvendo ferramentas que o permitam sintetizar. Esta fase concluirá com a definição formal e construtiva de uma ou várias intervenções propostas.
Ana Luísa Loureiro, Carolina Carmo, Joana Leite e Tânia Silva
Painel de grupo.
Num primeiro olhar específico sobre o terreno foram identificadas 3 partes com
características e funções distintas: a zona agrícola, a zona urbana e o parque do Selho. Entre elas existem várias barreiras provocando quebras de continuidade e criando uma sectorização do espaço consoante a actividade.
A zona agrícola é caracterizada pelos solos férteis e permeáveis; a zona urbana corresponde à área densa de construção e rodovias; a zona do parque é composta por áreas com uma escala maior destinadas à industria e a solos ainda em processo de transformação.
Surgiu a necessidade de perceber se havia uma sectorização intencional ou se esta surge como consequência das sucessivas transformações do território. Conclui-se que a percepção inicial das áreas divididas surgem como reflexo da ocupação do solo em função dos diferentes usos.
Por este motivo, dividiram-se os espaços por tempos. Tempos de ordem numérica ou sequencial consoante a sua formação. Tempo I – zona agrícola de campos agrícolas; Tempo II – zona urbana de horas urbanas; Tempo III- parque urbano do Selho.
Estes três momentos são separados através de características individuais, funcionando como partes autónomas que constituem um todo. É através dos elementos comuns entre as partes que se vão coser as zonas de ruptura e torna-lo num terreno contínuo auto-suficiente.
AGRICULTURA DE PRODUÇÃO, Joana Leite
Painel individual.
O tempo I é caracterizado pelo maior número de parcelas agrícolas existentes em todo o Parque de Pevidém. Neste local há uma diversidade de cultivos que se inserem em parcelas de grandes dimensões, como hortas, vinhas, milho, entre outros. O único elemento contínuo na área de intervenção é o layer verde, que está dividido pelo rio e circundado por limites viários e o confronto urbano.
Nesta grande escala de campos que funcionam como paisagem surgem elementos pontuais que apesar de quase imperceptíveis promovem o reforço da identidade do local a fim de mostrar os diversos tipos de cultivo a quem visita o parque de Pevidém. Esta forma de actuação promove a dinâmica e o enriquecimento da própria actividade agrícola, através da relação de proximidade e distanciamento do homem com a terra.
AGRICULTURA FAMILIAR, Carolina Carmo
Painel individual.
O tempo II é caracterizado pela forte presença urbana que condiciona o tipo de agricultura existente nesta zona, sendo esta maioritariamente para consumo próprio.
Os limites urbanos fazem-se sentir constantemente e daí resultam dois tipos de agricultura: em socalcos e hortas urbanas. No entanto, estes assumem características distintas tanto a nível da forma como da funcionalidade.
A ideia principal do projeto consistiu no desenho de um caminho que permitisse mostrar os dois tipos de agricultura reconhecidos, de forma a possibilitar os visitantes a participarem nas atividades agrícolas.
AGRICULTURA PARTICIPATIVA, Tânia Silva
Painel individual.
RIO | PERCURSO CONTÍNUO, Ana Luísa Loureiro
Painel individual.
Neste território o rio adopta o papel de catalisador paisagístico sendo o único elemento contínuo de ligação, adaptando o seu desenho a cada tempo, e tornando-se reflexo da tripartição do terreno através da vegetação, caminhos e tratamento das margens.
Em toda a intervenção o território funciona como paisagem, que gera limites de intervenção e permite a apropriação das mais valias do parque, não partindo de algo radical nem imponente devido às características enfatizadas que o território possui. O objetivo foi criar bases para possíveis intervenções, sempre com a mesma leitura e permitindo-se moldar consoante as particularidades. Estabeleceu-se uma leitura e continuidade ao parque agrícola de Pevidém, através das mais pequenas singularidades de cada área; despertando e ligando os 3 tempos.