Ano Letivo
2018/2019
Unidade Curricular
Tese de Mestrado
Ano Curricular
5º
Supervisor/Orientador
Ivo Oliveira
Local de Intervenção
Guimarães
Cláudia Fernandes
A zona poente da Vila Baixa de Guimarães foi lugar de um grande impacto territorial e sociocultural devido ao forte desenvolvimento industrial ocorrido durante o século XX, originando uma transformação na paisagem e um acentuado confronto entre as lógicas habitacionais, agrícolas e industriais. Nas duas últimas décadas desse século, a deslocalização da indústria e a consequente decadência dos espaços industriais levou ao aparecimento de um território marcado por um declínio demográfico e pelo surgimento de espaços abandonados. Como forma de o reativar, a presente investigação propõe uma leitura e transformação do lugar que considere o seu valor histórico, das sucessivas apropriações ou qualidades espaciais de cada espaço abandonado. A análise dos espaços abandonados permitiu associar a desarticulação da amostra em estudo com a cidade, e obter uma delimitação territorial que tem por base as antigas vias de acesso à cidade e a sua articulação com uma área de forte desindustrialização. Tendo em conta uma zona cheia de marcas, vestígios e oportunidades que podem servir como ponto de partida, procurou-se um olhar através de duas estruturas que foram fundamentais no processo de expansão e organização: o Rio e o Quarteirão. A atual fragilidade e reduzida visibilidade destas estruturas permitiu que a utilização dos vários vazios urbanos, instalados na continuidade do rio de Couros e no miolo dos quarteirões, possibilitasse um novo protagonismo para estas estruturas e, simultaneamente, novos lugares para a cidade. Assim, em primeiro lugar deu-se a recolha de material in situ e a análise urbana, que serviram de apoio na realização das intervenções. Estas tiveram como princípio base a reativação da zona em estudo através do uso e da reestruturação dos espaços abandonados inseridos na recuperação de duas estruturas territoriais individuais projetadas em paralelo. Pretende-se que o rio reponha a perceção da contiguidade perdida aquando da industrialização, e o quarteirão permita a inclusão dos usos e dinâmicas que ampliam as qualidades dos espaços públicos da cidade e dilua as fronteiras entre o domínio público e o domínio privado. Estas recuperações simultâneas propõem a projeção de novos espaços semi-privados/semi-públicos, na contiguidade do espaço público da zona poente da Vila Baixa, sendo conduzidos por critérios de baixo custo, flexibilidade, efemeridade e sustentabilidade.