Ano Letivo
2020/2021
Unidade Curricular
Atelier 3A – Espaco Publico
Ano Curricular
5º
Docência
Marta Labastida
Título do Exercício
Dar a Volta à Penha
Local de Intervenção
Monte da Penha, Guimarães
Enunciado do Exercício
O programa do Atelier_3A contempla um único exercício prático “Intervenção no espaço público contemporâneo_ A volta da Penha” que tem como objetivo propor alternativas de intervenção a partir de uma reflexão critica da função, da imagem e das distintas apropriações da encosta da Penha em Guimarães. O exercício implica, em primeiro lugar, uma posição crítica perante o sistema de espaços coletivos da cidade em relação com a encosta da Penha e uma exploração das formas atuais do seu reconhecimento e expressão coletiva. As conclusões deverão servir para formalizar um projeto alargado - ou uma ação - que contemple, entre possíveis questões: do património à memória do coletivo; a articulação entre o quotidiano e o lazer; o desenho e o domínio das diferentes escalas; a flexibilidade e a complementaridade de usos; as novas relações entre espaços com distinta natureza;...e que proponha soluções construtivas concretas que incluam, entre outros, as árvores e as infraestruturas da água. Este Atelier enquadra-se numa parceria com a Muralha - Associação de Guimarães para a Defesa do Património que colaborará ao longo do desenvolvimento dos trabalhos organizando visitas e conversas e disponibilizando o material do seu arquivo fotográfico. O resultado final dos trabalhos será apresentado publicamente e formará parte de uma exposição e uma publicação. O exercício desenvolver-se-á em grupos de dois alunos e dividir-se-á em duas fases: 1ª fase: A partir da exploração do lugar os alunos deverão construir uma narrativa que sintetize a problemática do lugar e que aponte já uma ideia/estratégia de intervenção. 2ª fase: A partir da exploração da ideia, os alunos deverão desenvolver a capacidade de transformação que implica uma intervenção no espaço público. Esta fase concluirá com a definição formal e construtiva de uma ou várias intervenções propostas. Cada fase implica a elaboração, a entrega e a apresentação de um documento que registe o processo utilizando todo o material necessário para uma comunicação gráfica eficiente (desenhos, gráficos, organigramas, fotografias, cartografia própria, esquemas, vídeo, etc.).
Fábio Gsell
Antes eram apenas pedras.
O trabalho consiste em imaginar o passado. A cidade foi construída - muitas ruas, praças, casas, palácios foram construídos, tudo feito em pedra. Pedra como material - sólida e extremamente sustentável em termos de durabilidade. Para a construção da cidade, nós, humanos, sempre destruímos de certa forma as pedras encontradas na sua forma natural e as descontextualizamos. Isso é arquitetura. Porque a arquitetura nada mais é do que a união de um material a uma forma com a qual nós, humanos, podemos afirmar-nos na natureza. Isso vai tão longe que quase não podemos falar de natureza hoje em dia. Aqui em Guimarães dificilmente encontramos uma pedra de granito na sua forma natural no centro da cidade.
A minha ideia é investigar como uma pedra de granito já encontrada naturalmente influenciaria e mudaria os espaços públicos já construídos hoje em Guimarães. A ideia é trazer para a cidade a identidade ainda existente da Penha em forma de pedra do passado. É como se mantivéssemos a pedra natural e depois construíssemos, juntamente com esta pedra natural, o espaço público. A questão das qualidades de cada espaço público surge. Portanto, é importante entender este trabalho como uma imaginação.