Ano Letivo
2014/2015
Unidade Curricular
Atelier 2A – Territorio
Ano Curricular
4º
Docência
Marta Labastida
Título do Exercício
Aproximação ao Vale do Ave
Local de Intervenção
Pousada de Saramagos, Vila Nova de Famalicão
Enunciado do Exercício
O programa tem como objectivo ensaiar alternativas de intervenção no território difuso contemporâneo questionando oportunidades na intervenção que implica “descobrir” novas aproximações ao lugar e ao projeto. A partir de uma área localizada ao longo da EN206, na freguesia de Pousada de Saramagos em Vila nova de Famalicão, deverá construir-se uma aproximação que permita não só reconhecer o lugar como trabalhar uma proposta a partir de três ações de mediação: Respigar, selecionar e valorar aquilo encontrado no lugar, aquilo já utilizado ou já iniciado. Reciclar, enunciar o lugar e o projeto desde os processos e tempos acumulados ou possíveis. Bricolar, destreza provisional, sem modelos, que faculta a construção e a renovação das ferramentas de ação a partir do descoberto no lugar. Esta mediação deverá sintetizar-se num projeto-estratégia que, para além de cruzar distintas referências e explorar novas ferramentas, determine um novo campo de relações no lugar ativando processos existentes ou possíveis.
Catarina Salgado e Inês Graça
são, a nosso ver, um dos principais problemas contemporâneos do território em questão com óbvios reflexos, nem sempre positivos, na sociedade.
“Alguém que pare para pensar em detalhe nos processos que produzem estas transformações deve reconhecer a impossibilidade da sua completa adesão. Eles são normalmente processos de seleção cumulativa, pela qual algo se mantem pelo tempo, ao mesmo tempo que outra coisa é negada, rejeitada e abandonada. Eles tem origem e escalas temporais diferentes. Os seus ritmos variam tal como as inercias às quais estão conectadas. Estas são diferenças que tornam reais a relação entre a cidade, a sociedade e o conjunto de práticas às quais nós normalmente nos referimos como um plano perene instável e conflituoso.”[2]
Habi(li)tar para o doméstico; os cenários em processo
Sendo o habilitar um processo, este inicia-se com o levantamento de pré-existências que caracterizam o local – muros, métricas de cultivos, manchas arbóreas, caminhos de pé-posto. Feito o levantamento dos pontos de conexão já existentes entre a infraestrutura da freguesia e o interior do terreno, a primeira ação passou por conectar, interligando as duas frentes de rua da parcela. À ação de conecção, seguiu-se a infraestruturação de água – com o desenho de regos que, obedecendo à pendente do território, são transversais às parcelas, servindo um mesmo rego mais que uma parcela de doméstico. Por fim, ambas a rede elétrica e de saneamento estão interligadas com a rede pública, que abastece toda a freguesia. Uma quarta rede de infraestrutura são os anexos, cuja ação latente é a de armazenar - estes perfazem a traseira de todas as parcelas, juntamento com um ponto de água, tanque ou poço. Por fim, o verbo usar transmite a última fase prevista deste processo. A constante mutação e alteração do espaço do doméstico é uma premissa base – as dimensões das parcelas, organizadas em S, M,L e XL, surgem de um levantamento de 100 parcelas do doméstico, em busca da dimensão média da parcela. Assim, a sua área varia entre 400 e 1600m2
[1] SECCHI, Bernardo, Inertias, disponível em: http://www.planum.net/ (visitado a 8 de Junho de 2015)
[2] Idem, pág. 156;