Ano Letivo

2018/2019

Unidade Curricular

Tese de Mestrado

Ano Curricular

Supervisor/Orientador

Natacha Antão Moutinho

Local de Intervenção

Quinta do Mocho, Loures, Lisboa

Arte Urbana como metodologia de Reabilitação Urbana: O caso do Bairro Social Quinta do Mocho

Paulo Vilas Boas

Todo este trabalho desenvolve-se em torno do estudo e reflexão acerca da arte urbana, enquanto estratégia e instrumento de reabilitação dos espaços públicos urbanos, mais especificamente espaços com problemas físicos, sociais e económicos. Procuro do mesmo modo apresentar e esclarecer as potencialidades desta manifestação artística, bem como os benefícios que a sua aplicação oferece tanto a estes espaços como a quem os frequenta e utiliza.

O espaço público ocupa uma posição muito importante na vida da população, e como tal, a sua degradação ou abandono pode ter consequências no funcionamento e vivência da cidade. São estes espaços e as relações que este proporciona, que permitem um desenvolvimento equilibrado e harmonioso de uma cidade, logo deve existir uma atenção especial sobre eles. Com esse pensamento, ações como as de reabilitação urbana, que procuram recuperar e melhorar estes espaços não só fisicamente, mas também económica e socialmente, são cada vez mais uma necessidade e uma solução para muitos dos problemas da contemporaneidade. A arte urbana enquanto ferramenta de transformação da imagem, identidade e qualidade visual do espaço público, tem vindo a ser empregue em muitos projetos nacionais e internacionais de reabilitação urbana. Estas situações levantam inúmeras questões como qual a importância da estética e da imagética enquanto fator de reabilitação, e de que modo é que estes fatores de natureza física e material contribuem para um melhoramento do quotidiano urbano a nível socioeconómico.

Assistiu-se no bairro social Quinta do Mocho, um exemplo deste tipo de iniciativas, procurando uma mudança positiva das condições sociais e físicas oferecidas aos moradores. Foi nesta área residencial, excluída socialmente e em más condições físicas, que a arte urbana foi utilizada como forma de inclusão social, qualificação do espaço público e renovação da imagem e identidade do bairro. Este caso, serve nesta pesquisa, como forma de exemplificação e comprovação dos benefícios e resultados que este método alternativo de reabilitação urbana pode proporcionar às comunidades mais fragilizadas.

A arte urbana surge como uma transformação física que valoriza e enriquece o espaço, muitas vezes degradado e monótono, com cor, vida e criatividade. Esta arte pode potenciar nos espaços como o bairro Quinta do Mocho, uma “metamorfose” experienciada pela mesma, que outrora era associada ao vandalismo e atualmente é considerada como um dos mais marcantes movimentos artísticos do séc. XXI.