Ano Letivo

2017/2018

Unidade Curricular

Atelier 1A – Paisagem

Ano Curricular

Docência

Rute Carlos

Título do Exercício

A paisagem da ribeira do Brejo no Parque Arqueológico do Vale do Terva

Local de Intervenção

Ribeira do Brejo, Bobadela

Enunciado do Exercício

ATELIER 1A contempla um único exercício prático, faseado, que tem como objetivo a reflexão e a transformação da reserva agrícola e ecológica associada à ribeira do Brejo, no Parque Arqueológico do Vale do Terva (PAVT), em Boticas. Partindo deste território alargado procurar-se-á analisar a complexidade do lugar, interpretando os elementos, os processos, as dinâmicas e as lógicas relacionais que caracterizam a sua paisagem, de modo a formular uma estratégia de atuação que ative o seu potencial latente. O exercício desenvolve-se em três fases: (1) ANÁLISE – a partir da observação in situ e da exploração do lugar os alunos, em grupo, deverão construir uma narrativa (crítica e seletiva) que sintetize a problemática e o potencial do lugar e que aponte uma ideia/conceito de intervenção. (2) ESTRATÉGIA – a través da exploração da ideia, os alunos deverão descobrir/desenvolver as ferramentas que permitem sintetizar o processo de atuação, enquadrando-o num projeto estratégico capaz de definir em simultâneo, um método de atuação e um compromisso formal com o lugar, definindo programa(s), escala(s) e tempos(s) de intervenção. Nesta fase serão também definidos os âmbitos de atuação individual. (3) ATUAÇÃO – a partir da estratégia, cada aluno individualmente irá produzir um estudo preliminar de um âmbito de atuação, desenvolvendo ferramentas que o permitam sintetizar. Esta fase concluirá com a definição formal e construtiva de uma ou várias intervenções propostas. Este trabalho académico foi desenvolvido no âmbito do protocolo de colaboração entre a Universidade do Minho e Município de Boticas, com a colaboração da Unidade de Arqueologia da UM.

SOUNDSCAPES

Alexandre Brandão, Inês Tavares e Patrícia Ferreira

Painel de grupo.
O Grupo focou-se na reflexão sobre a Identidade da Água, na área do Vale Da Ribeira do Brejo, localizado na zona Sudoeste do Parque Arqueológico do Vale do Terva.

Foi elaborada uma análise de comparação com a água, por tópicos para cruzamento de informação: Água vs Topografia, Água vs Vegetação, Água vs Acessos/Atravessamentos, Água vs Arqueologia e Água vs Povoação.

Soundscape (paisagem sonora), foi criada no âmbito do ambiente sonoro vivido em Boticas, destacando a presença da água como som predominante da Natureza. À medida que se percorre um caminho ao longo da água, cruzamo-nos com diferentes ações ou reações da água, variando assim o som produzido pela mesma.

O grupo pretende dar a conhecer ao caminhante através da utilização, captação, manipulação e possível amplificação dos sons da água, as variadas fases do seu curso quase que como se fosse o mesmo a percorrê-lo e experienciá-lo em primeira mão, assim como promover uma nova forma de descobrir a paisagem.

Esta ideia serviu de mote à criação de um projeto intitulado de “Soundwalks”, onde pretende-se a conservação dos pontos de atuação, através da introdução de um elemento eletrónico com som dos mesmos; e desenvolvimento de um possível percurso musical. Este circuito estende-se desde a nascente do Brejo até às lagoas Limarinho e Poço das Freitas, passando pela lagoa do Brejo, aldeia de Bobadela, acompanhando a extensão da ribeira do Brejo e do Vidoeiro.

Ao longo do percurso, deve ser possível distinguir vários tipos de som como pontos de possível atuação, estabelecemos 3 categorias: Ouvir, Não ouvir e Querer ouvir

Através da identificação de diferentes sons (captação de vídeos no Vale da Ribeira), distinguiu-se três temas de estudo: Water Sounds, Ecosystem Sounds e Cultural Sounds. Estes, organizadores do trabalho Soundscape, enquanto elementos singulares descrevem a rota segundo as suas caraterísticas sonoras e em conjunto agem como uma sinfonia que vem alterar e enriquecer a perceção de paisagem ao caminhante.



WATER SOUNDS
, Inês Tavares

Painel individual.
Em Water Sounds, a proposta de intervenção tem como principal objetivo a Valorização da Água e surge do Mapeamento Sonoro ao longo do Soundwalk. São analisados os sons existentes em 14 Pontos de Atuação (Representação Lilás), tendo como fator principal a água.

Em Pauta, o mapeamento sonoro é traduzido por simbologia e notas musicais que, percorrida como um percurso imaginário, pode ser lida como uma melodia do som manifestado pela Água.

Por isso, dividiu-se a análise de WaterSounds em fases: o som na vibração no reflexo da água; as notas musicais como representação da água e dos seus estados ao longo do percurso; a simbologia como representação dos restantes sons (fauna, flora e povoação); a divisão da pauta em compassos musicais, segundo as classificações de amplitude sonora (Ouvir, Não Ouvir e Querer Ouvir); introdução dos QR Code para acesso á visualização/audição do Som Mapeado; e instalação de um Dispositivo de Captação de Som (iBeacon) que contém toda a Pauta.



CULTURAL SOUNDS
, Patrícia Ferreira

Painel individual.
O Cultural Sounds incide na procura dos sons que são predominantes e característicos na Identidade Cultural da Aldeia de Bobadela, tendo como base um reconhecimento Histórico, Territorial e Civilizacional do local, sendo marcados pelos sons dos elementos que a constituem, como Pavimentos, Convívio entre Habitantes e Animais, Sinos das igrejas, a Água nos moinhos e reservatórios, lagoas, entre outros.

Esta proposta, consistiu na identificação e mapeamento de todos esses pontos Culturais através da criação de uma Pauta Sonora, levando o transeunte a encarar a Identidade Cultural como uma Melodia, tendo em vista a procura do conceito principal do trabalho (Ouvir, Não Ouvir e Querer Ouvir).

Não deixando de realçar assim, que no “Ouvir” e “Não Ouvir” domina o som proveniente da água, do vento e das aves, e no “Querer Ouvir” o som proveniente do nosso andar e da interação com os habitantes e animais.

Para uma maior interpretação audível, foram associados dispositivos e QRCodes que dispõem de vídeos e informações dos sons captados em cada local, sendo possível ainda identificar e conhecer a variação sonora ao longo das diferentes estações do ano.



ECOSYSTEM SOUNDS
, Alexandre Brandão

Painel individual.
Em Ecosystem Sounds, pretendeu-se dar a conhecer, transmitir e valorizar os sons produzidos quer pela fauna quer pela flora ao longo do percurso.

Esta densa e diversa camada auditiva vem enriquecer a já vasta panóplia de sons manifestados com algo tão simples como o cantar de um grilo, a interação com um cão ou o esvoaçar ecoante das copas das árvores, sendo que podemos:

Ouvir: animais de pasto, animais domésticos, aves e répteis, uma maior concentração de diversos sons em zonas habitadas e de menor altitude, maior diversidade de sons nas zonas de poços, lagos e lagoas.

Não Ouvir:  menor som da fauna e flora a menor altitude, em zonas de maior inclinação, a vegetação rasteira mais silenciosa dá destaque à fauna.

Querer ouvir: interagindo com animais de pasto e domésticos ou com aves, através do som.