Ano Letivo
2008/2009
Unidade Curricular
Laboratorio de Urbanistica
Ano Curricular
3º
Docência
Vincenzo Riso Ana Lopes
Título do Exercício
Formas de ocupação
Local de Intervenção
Frankfurt, Alemanha
Enunciado do Exercício
Neste exercício dá-se a cada grupo uma amostra constituída por um projeto de referência da arquitetura contemporânea. Estes projetos investigam as diferentes possibilidades de construção de um conjunto habitacional organizado em forma de tecido urbano e também pontuado por inserções de equipamentos coletivos. É na exploração da articulação entre tipologia e morfologia que se criam os distintos tecidos. Pretende-se estudar, com base nos documentos fornecidos, as relações entre infraestrutura, parcela e edificação nas suas diferentes escalas. Não se trata do estudo sobre a estética dos edifícios, mas sim dos níveis de articulação entre edifícios / espaço público / espaço aberto privado.
Andreia Afonso e Sara Barreto
Vale do Nidda e as cidades satélite
Planta Síntese
Planta Síntese
O conjunto surge integrado num plano para o Vale do Nidda, no qual E. May procurava descentralizar a cidade antiga (Frankfurt), procurando libertar o homem do universo industrial enquanto vivência. Nesse sentido, as daughter towns ou cidades satélite são a oportunidade para o indivíduo, dependendo da vida cultural e económica da grande cidade, se "refugiar" da grande era industrial. Estando localizadas na periferia como "uma cintura de pequenas Siedlungen", voltavam-se sobre a cidade dialogando por meio do vazio dos campos agrícolas e áreas de lazer, o que remete também para a ideia de cidade aberta ou a vontade da cidade jardim.
SUGESTÃO TOPOGRÁFICA COMO MORFOLOGIA
A topografia parece ser o elemento gerador da formalização do projeto. O potencial expressivo desenhado pelas curvas de nível encontra nas linhas formais do conjunto a sua exponencialização. Esta observação parece também justificar o facto de se lerem duas continuidades diferentes quebradas a meio; por um lado existe um desenho de carácter quase radiocêntrico do lado direito do conjunto, que enfatiza um ligeiro pico concêntrico naquela zona e, por outro uma continuidade firme do lado oposto, onde o terreno apresenta uma situação mais plana. Este elemento natural tem também um papel predominante no desenho da "muralha" ou aquilo que se quer como "fronteira" entre a cidade satélite e Frankfurt, descrevendo o suave trajeto do rio Nidda. A ideia de curva de nível, enquanto linha e aqui, enquanto o próprio edifício ou via resulta numa imagem de sucessivas frentes para a cidade como que a promover o diálogo e a sua integração. No entanto para lá do seu diálogo exterior, existe um diálogo interior com papel de destaque para o sistema de circulação viária enquanto motor de implantação de todo o projeto e de controlo /orientação de espaço.
Sugestão topográfica como morfologia
SISTEMA VIÁRIO COMO MOTOR DE IMPLANTAÇÃO
O princípio viário do eixo principal que distribui num segundo momento para as vias secundárias, criando assim uma ideia de progressão e de comunidade dentro do complexo e libertando esse eixo para a "ligação entre cidades", como ideia de protótipo de esquema rígido é aqui adaptado ao desenho topográfico. É esta a premissa que permite depois, o surgimento do edifício enquanto fila ou bloco paralelo ao desenho das vias, aqui de acordo com a topografia. Relacionado com o sistema viário existe ainda a noção de marcação, orientação ou controlo de espaço, que parece acontecer no princípio de cada uma das vias secundárias enquanto elemento pontual, sob a forma de bloco nas vias principais (ln der Rommerstadt e Hadrianstrasse) ou ainda para enfatização de eixos visuais sobre a cidade. São elementos que pela sua altura superior em relação ao conjunto e, aplicados em pontos específicos, parecem criar um mapa mental para quem os percorre, assumindo-os facilmente como pontos de referência. Estabelecem também um diálogo formal (no caso da Hadrianstrasse, em que para um bloco contínuo de um lado, temos as "pontuações" no início de cada fileira de casas, que indica a via secundária que lhe dá acesso, entre eles um espaço vazio, o que enfatiza também a ideia de cidade aberta referida em cima), ou controlo de espaço (relativamente a ln der Rommerstadt e, em que se coloca um bloco quase a todo o comprimento do lado esquerdo como que, a fechar o conjunto para a rua, potenciando a vida interior em comunidade). Sistema viário como implantação
Sistemas viário como implantação
DESCONSTRUÇÃO DO QUARTEIRÃO
Num primeiro momento, o conjunto parece partir de uma ideia de quarteirão quando se representa o seu limite em relação às vias de circulação. Quando, pelo contrário se assumem as vias pedonais "interiores" a esse espaço, começa aqui a aparecer um princípio de rasgamento dessas porções para uma forma mais alongada e que parece assumir outro tipo de identidade, aqui relacionada com o carácter destes espaços como autónomos, da casa com terreno e com acesso pelos dois lados (tipologia de casa em fileira), pondo-se um pouco em causa se faria sentido pensarmos isto como um quarteirão no seu todo. A segunda observação decorre da leitura formal destes conjuntos, em que a parcela enquanto unidade parece agora perder a sua individualidade, quando ganha força a ideia de continuidade, a fila ou a recorrente "tira". Também pelo facto do preenchimento do seu "miolo" (recorrendo à analogia de quarteirão) ser agora densamente vazio, verde e aberto, a clareza das linhas que se querem contínuas ganha intenção na paisagem.
Desconstrução do quarteirão
A TIPOLOGIA
A habitação unifamiliar surge como a unidade mínima, que permite depois a constituição do todo pela sua extensão. A sua variação acontece de modo a potenciar a iluminação solar, o que se traduz pelo espaçamento na frente da casa (jardim) ou pela sua eliminação. O piso terreno tem sempre uma relação com um pátio exterior na parte de trás, e um terreno para cultivo. Esta configuração mínima permite o ritmo que oscila entre o percorrer a via (entrada principal da casa), e o percorrer o caminho pedonal (acesso pela parte de trás da casa). A extensão deste princípio em planta gera as linhas gerais do conjunto, sendo que a composição deste em corte gera a repetição, rua / passeio (jardim) / casa / jardim / caminho / jardim / casa / passeio, jardim / rua, que permite a hierarquia geral do projeto, bem como numa escala mais alargada a sua relação com a cidade.
A tipologia
Casa em fileira e o ritmo do conjunto
Eixo principal (como distribuidor/organizador de espaço)
Os eixos visuais