Ano Letivo

2014/2015

Unidade Curricular

Tese de Mestrado

Ano Curricular

Supervisor/Orientador

Rute Carlos

Local de Intervenção

Torre de Moncorvo, Portugal

O Sinclinal de ferro de torre de Moncorvo

Cristiana Fevereiro

O presente projeto de investigação constitui-se como uma reflexão focada na interpretação da paisagem das Minas de Ferro de Moncorvo, segundo o olhar e problematização das suas transformações. A abordagem parte da consideração basilar do seu mais íntimo constituinte, o minério de ferro, assumindo-se a densidade ferrífera e a riqueza mineral do jazigo, como fundamento da presença do Sinclinal de Ferro de Moncorvo, estrutura geológica de afirmação topograficamente contrastante relativamente à sua envolvente.
Dada a dissimulação das marcas da atividade mineira passada e o confronto com a imponência natural do Sinclinal neste território, a interpretação rege-se pelo entendimento dos processos de transformação territorial decorridos até ao momento presente, tendo em conta o seu tempo de manifestação. Assim, metodologicamente efetua-se uma desconstrução temporal, com base em dois tempos distintos, intrinsecamente interligados: um Tempo Contínuo e um Tempo Intermitente. O Tempo Contínuo, caracterizado por uma evolução natural e incessante do território, proporcionou as suas bases topográfica e compositiva específicas, ou seja, a base sobre a qual as atividades humanas podem ser incitadas e postas em prática. O Tempo Intermitente, durante o qual foram postas em prática as manipulações territoriais segundo a ação da mão humana com o intuito de proceder à exploração ferrífera, ocorreu assinalando diversos períodos de atividade: Períodos Áureos, intercalados por momentos de interregno da atividade, embora os recursos minerais estejam presentes em abundância: Estados Latentes.
Após a análise do território segundo esta perspetiva de interpretação, efetua-se um novo olhar e posicionamento perante a paisagem, focado na temática de investigação definida, ou seja, assumindo o minério de ferro como catalisador do Tempo Intermitente, mas desta vez com um sentido de antevisão de futuro. Assim, encara-se a possibilidade de ocorrência de ambas as hipóteses da ação antrópica perante o minério de ferro, ou seja, a prática ou não da exploração ferrífera futura. Partindo destes pressupostos, desenvolve-se uma proposta de representação, correspondente a uma nova leitura do território, apoiada nos estudos efetuados e numa interpretação daquilo em que poderá resultar um hipotético futuro, recorrendo às ferramentas que a representação proporciona na comunicação, quer ocorra uma inversão da tendência atual e se implante um novo Período Áureo, quer permaneça a atual manifestação dos minérios de ferro de Moncorvo em continuidade com o Estado Latente presente.
Assim, com a apresentação de uma nova leitura deste território, pretende-se estimular o desenvolvimento de novas abordagens de investigação sobre o Sinclinal de ferro de Moncorvo, procurando expandir o conhecimento de forma pluridisciplinar, de modo a abranger a sua complexidade.