Interpretação e Representação da Inconstância do entre terra-água de Ovar

Joana Vieira

A presente investigação consiste numa análise, interpretação e representação do caráter inconstante do entre terra-água de Ovar. O caráter inconstante vivido pela autora e a coexistência do passado no presente do lugar são o mote para a estruturação desta investigação, explorando o conceito na sua relação com o tempo. A partir desta relação conceito-tempo, a presente dissertação cria uma representação cronológica do lugar desde os seus primeiros povoamentos no ano 3000 a.C. até a atualidade, dividida por períodos temporais, com base no cruzamento das documentações bibliográficas/históricas e cartográficas e do trabalho in situ, - considerando o lugar como uma fonte de conhecimento para esta investigação. A temática, transversal na análise e representação do lugar, é desdobrada em três diferentes formas correspondentes a diferentes aproximações ao lugar. A inconstância física aborda a análise da transformação topográfica e hidrográfica do lugar, focando-se assim na totalidade da Ria de Aveiro transpondo os limites do concelho de Ovar. É está inconstância do suporte físico que influência a inconstância funcional, ou seja, a inconstância das funções do lugar e atividades realizadas pelos Ovarenses que variam segundo a inconstância física. Este entre a inconstância física e funcional é desdobrado em três aproximações: Marinhas, Gelfa e Furadouro. Por fim é também analisada a inconstância social do lugar, evidente sobretudo após o século XVI quando se dá o fenómeno da emigração. A complementaridade entre conceito, lugar, tempo e representação, constituiu a metodologia transversal que estrutura toda a investigação, demonstrando que o lugar é uma base impermanente sujeita a transformações ao longo do tempo que se fazem transparecer no presente.