Fragments

Elsa Lisboa, Olavo Franco e Ania Skorna

O nosso trabalho começou pela visita a três fábricas abandonadas e considerando-as, não no contexto geral, mas focando no específico e numa espécie de obsessão por fragmentos - elementos que, invisíveis à primeira vista, têm realmente mais a dizer sobre o lugar, a sua identidade, e também o tempo que passou, com todas as “cicatrizes” e marcas localizadas nas paredes e no chão. Desse ponto de vista, criamos um conjunto de fotos, sobre as quais procuramos captar elementos que encontrámos que, para nós, foram os mais importantes no que dizx respeito à história do lugar e do seu caráter anterior. Em seguida, compusemos os elementos numa exposição, que é uma espécie de interpretação do trabalho de Alison e Peter Smithson “Parallel of Life and Art” de 1953, e é uma forma de enfatizar mais fortemente certos elementos, que são capturados nas fotos. Depois, com uma espécie de paralelo, decidimos focar em fragmentos, desta vez retirados de toda a cidade de Guimarães, e trabalhá-los. O nosso objectivo foi demonstrar as potencialidades do espaço vazio que temos, e olhar para ele de diferentes perspectivas, colocando na sua área vários elementos - fragmentos urbanos de Guimarães, criando em alguns casos uma espécie de projecto urbano para o futuro. Na última parte do nosso trabalho - uma tentativa de intervenção no espaço existente das fábricas - procurámos ver o potencial dos espaços abandonados, olhando para o seu interior e expondo-o às pessoas. Com algumas pequenas intervenções, que não exigem muito trabalho e esforço financeiro, queremos mostrar os valores que atualmente se escondem. Marcamos esses elementos nos cortes e plantas das três fábricas para caracterizar cada ação em si. Queremos também mostrar três caminhos que percorrem cada fábrica e mostrar as atividades, que são importantes para se ver e vivenciar os valores ocultos das fábricas, usando elementos das nossas intervenções. Criamos um catálogo de fotos que mostra os materiais que podem ser encontrados nas fábricas e que poderiam ser usados ​​para fazer as paredes ou escadas dos edifícios - é uma proposta com uma metodologia de baixo custo para a realização da nossa ideia.

Como resultado, achamos interessante olhar para a cidade em termos de fragmentos, porque podem ser vistos como um elo entre o passado - a velha fábrica, o presente - Guimarães - e o futuro - as possibilidades que a fábrica abandonada e arredores possuem.