Ano Letivo

2018/2019

Unidade Curricular

Atelier 1A – Paisagem

Ano Curricular

Docência

Rute Carlos

Título do Exercício

A paisagem produtiva do interior dos quarteirões do Porto

Local de Intervenção

Quarteirão da Fontinha e Doze Casas, Porto

Enunciado do Exercício

ATELIER 1A contempla um único exercício prático, faseado, que tem como objetivo a reflexão e a transformação das áreas interiores de quarteirão associadas às Unidades Operativas de Planeamento e Gestão da Fontinha e Doze Casas (UOPG 11 e 12), na cidade do Porto. Estes interiores de quarteirão constituirão o mote para debater o valor da agricultura urbana e o potencial dos espaços produtivos na cidade. Partindo deste território alargado procurar-se-á analisar a complexidade do lugar, interpretando os elementos, os processos, as dinâmicas e as lógicas relacionais que caracterizam a sua paisagem, de modo a formular uma estratégia de atuação que ative o seu potencial latente. O exercício desenvolve-se em três fases: (1) ANÁLISE – a partir da observação in situ e da exploração do lugar os alunos, em grupo, deverão construir uma narrativa (crítica e seletiva) que sintetize a problemática e o potencial do lugar e que aponte uma ideia/conceito de intervenção. (2) ESTRATÉGIA – a través da exploração da ideia, os alunos deverão descobrir/desenvolver as ferramentas que permitem sintetizar o processo de atuação, enquadrando-o num projeto estratégico capaz de definir em simultâneo, um método de atuação e um compromisso formal com o lugar, definindo programa(s), escala(s) e tempos(s) de intervenção. Nesta fase serão também definidos os âmbitos de atuação individual. (3) ATUAÇÃO – a partir da estratégia, cada aluno individualmente irá produzir um estudo preliminar de um âmbito de atuação, desenvolvendo ferramentas que o permitam sintetizar. Esta fase concluirá com a definição formal e construtiva de uma ou várias intervenções propostas.

Co-Working

Fernando Salgado, José Coelho e Rafaela Marques

Painel de grupo.

Os quarteirões da Fontinha e das Doze Casas apresentam características bastante distintas: a Fontinha manteve a sua estrutura parcelar praticamente intacta ao longo dos tempos e é caracterizada por um desnível de 25m de altura; as Doze Casas foi sofrendo alterações na estrutura parcelar, fazendo com que novos usos e programas se tenham implementado no quarteirão (escolas, fábricas, sedes de empresas, parques de estacionamento, etc.).

Apesar da antiga – e fundamental – relação entre o interior dos quarteirões portuenses e a prática agrícola, o avançar dos anos determinou uma diminuição drástica desta prática, gerando consequências no território como o seu abandono e degradação.

Após uma análise do território e das suas dinâmicas, definiu-se a estratégia de intervenção com base no conceito de Co-Working. Sendo, por definição, um modelo funcional de trabalho que tem por base a partilha dos mesmos espaços e recursos entre pessoas que podem ou não desempenhar a mesma área, verificou-se que o Co-Working esteve sempre presente no interior destes quarteirões e, uma vez potenciado, poderá criar novas sinergias e dinâmicas benéfica para a comunidade.

A estratégia Co-Working divide-se em três categorias de intervenção definidas pelo dimensionamento e usos das parcelas:

Co-Sharing- trata espaços que são utilizados pela comunidade para a prática agrícola biológica associada à autossustentabilidade (incluindo a já existente horta comunitária da Quinta das Musas);

Co-Farming- corresponde à partilha de recursos e espaços de trabalho em campos agrícolas, visando aumentar a produtividade das empresas, dando-lhes a oportunidade de estabelecerem relações entre elas e de criar novos produtos;

Co-Living- visa tirar partido das parcelas unifamiliares através da exploração coletiva das áreas de cultivo, de modo a tirar um maior proveito para consumo próprio e organizar convívios comunitários relacionados com os trabalhos das hortas.



CO-SHARING
, Fernando Salgado

Painel individual.

O Co-Sharing trata espaços comunitários dentro dos quarteirões e envolve projetos pedagógicos, de modo a promover o contacto direto entre as crianças e a agricultura. Para além da função de cultivo, as hortas comunitárias podem também ser aproveitadas para o lazer e convívio entre famílias, criando enriquecimento sociocultural da comunidade e partilha de experiências entre gerações.

Após uma análise ao território, definiram-se duas intervenções: a requalificação da já existente Horta Quinta das Musas e a criação de uma nova horta comunitária das Doze Casas. Apesar das áreas serem bastante distintas (desde logo, na topografia ou no estado atual), a Horta Quinta das Musas foi definida como modelo-base (a sua estratégia de intervenção, programa e funcionamento) para futuras expansões.



CO-FARMING, José Coelho

Painel individual.

Co-farming provém do conceito de co-working, em que os fundamentos de trabalho são a partilha de espaço e recursos de trabalho. Este espaço de partilha intende aumentar a produtividade das empresas e a variedade de produtos.

O espaço é partilhado também com o púbico/consumidor, em que têm a oportunidade de interagir com o produto desde a matéria prima à fase final.

Para tal interação é necessário reabilitar os espaços adjacentes aos campos de cultivo, tal como, estruturas de acessos e estruturas pré-existentes.

As estruturas de acessos servem também como rede de água, em que através do percurso estes vão irrigar os campos de cultivo. As estruturas pré-existentes destinam-se ao apoio dos campos de cultivo, compra e venda de produtos e alojamento das empresas startup.



AGRICULTURE CO-LIVING, Rafaela Marques

Painel individual.

O Agriculture Co-Living, potencia as relações entre famílias e a comunidade, a partir das atividades agrícolas praticadas nas parcelas unifamiliares e multifamiliares. Com o co-working entre famílias, surgem maiores áreas de cultivo como também de convívio.

Com a análise territorial foi possível destacar as seis zonas a intervir, tendo como critério as parcelas que já se encontravam em uso. Estas zonas permitiram adotar diferentes estratégias de acordo com a topografia, o estado atual das habitações e as necessidades que cada uma apresentava.

Assim as diferentes formas de atuação nestas áreas distintas de cultivo e de convívio, para além de potenciar as relações entre os moradores, conseguem ser autossuficientes e ainda promover o comércio local.