Ano Letivo

2019/2020

Unidade Curricular

Laboratorio de Urbanistica

Ano Curricular

Docência

Cidália Ferreira Silva e Vincenzo Riso

Título do Exercício

Caminhar Como Prática de Reconhecer

Local de Intervenção

Concelho de Guimarães (freguesias: Candoso S. Martinho, Gondar, Selho S. Cristóvão, Selho S. Jorge e Serzedelo)

Enunciado do Exercício

Este exercício pretende iniciar o estudante no reconhecimento do espaço-tempo através da ação do caminhar. Realizado em grupos de 4 pessoas (preferencialmente), cada elemento é chamado a ter uma relação atenta com a prática do caminhar, apreendendo e sentindo a complexidade do ambiente construído que percorre. Caminhar é um ato criativo através do qual reconhecemos. Este reconhecer é feito através da relação direta entre o nosso corpo e o espaço percorrido. Nem só o olhar nos permite ver. Quando fechamos os olhos e cheiramos, ouvimos, ou tocamos apreendemos outras dimensões que nos escapavam ao olhar. É um ato próximo de relação, que através do reconhecer provoca a transformação, tanto do espaço como do nosso ser. Aprendemos a andar, andamos, repetimos a ação e voltamos a andar. Daí ser uma prática. Desta forma, transformamos a perceção do espaço e também a nossa própria relação entre o espaço, o tempo e a experiência cognitiva dos mesmos. Convida-se cada grupo a escolher um percurso situado numa amostra do concelho de Guimarães, que corresponde às Freguesias do Agrupamento de Escolas de Pevidém. Mais especificamente, esta área inclui as quatro freguesias da Comissão Social Vale do Selho - Candoso S. Martinho, Gondar, Selho S. Cristóvão e Selho S. Jorge - e ainda Serzedelo, com um total de 15.893 pessoas (Censos 2011). Este é o território de trabalho do ProChild Colab –, especificamente do Projeto “Pevidém como um território de aprendizagem” no qual a EAUM, a Universidade do Minho e a Câmara de Guimarães está amplamente empenhada. A primeira regra que se dá é o tempo medido da ação: 20 min a andar. Esta dá a relação entre espaço e tempo. O andar permite-nos a liberdade de nos perdermos e assim descobrirmos outros espaços. A segunda, serve de referência para o início do percurso: cada grupo deve começar a caminhar num dos parques infantis dispersos pela amostra territorial. Para a sua concretização será fornecida a cartografia da amostra. A prática do caminhar deverá assim ser cruzada com a cartografia e desta forma aproximar-se da representação de um olhar específico sobre o percurso selecionado, desdobrado: • i) no estudo dos seus suportes de urbanização, e respetivos níveis – SUPORTE FÍSICO (topografia e hidrografia), A ESTRUTURA VIÁRIA, A ESTRUTURA PARCELAR E A EDIFICAÇÃO – como nas respetivas relações entre estes. (escala 1/5000); ii) nos elementos da forma urbana que constituem o percurso; iii) nos agentes, apropriações e processos de transformação urbana; iv) nos diferentes tempos de construção urbana. Privilegiam-se dois aspetos fundamentais: 1) a capacidade de tornar visível os traços do tempo (palimpsesto) do percurso escolhido; 2) e o desenho em seção (escalas 1/500 e/ou 1/200) e em planta do rés-do-chão (escala 1/1000) como forma de reconhecer as relações transversais entre público/privado. A fotografia e o desenho in situ são também ferramentas que deverão ser exploradas.

Caminhar Como Prática de Reconhecer

Vários Autores

PARQUE INFANTIL DA RUA DA BOAVISTA por Alessandro Nunes, Andreia Matos, Mafalda Pereira e Mariana Solé

No âmbito do exercício “Caminhar como Prática de Reconhecer”, começamos por escolher um percurso no território de Pevidém, onde vivem cerca de 2/3 da população vimaranense. Caracteriza-se pela sua urbanização difusa e dispersa, abraçando três grandes áreas: indústria, agricultura e habitação, sendo que estas estão em constante contacto, entrelaçando-se pela malha da cidade, havendo também uma forte presença de linhas de água em alternância com oscilação de cotas.
Servindo-nos como ponto de partida o Parque infantil da rua da Boavista em Candoso S. Martinho, decidimos descer a tal íngreme rua até ao limite da zona habitacional sendo esta quebrada pela autoestrada.
Denotamos ramadas de vinhas em socalcos que delimitam as periferias das propriedades da freguesia assim como, indícios de vários tanques ativos da região de Pevidém.
No ponto mais alto com vista para o resto da vila, encontra-se a Igreja Paroquial de Candoso S. Martinho, de estilo românico, ladeando-se pela capela mortuária (capela S. Bartolomeu) em tijolo laranja que foi construída em função do forte declive da topografia, com a intenção de não obstruir a vista da igreja. Esta também apresenta a nível arquitetónico um jogo de volumes semelhante ao da anterior, realçando a sua importância de acordo com a sua altura.
Nas costas da igreja, deparamo-nos com uma sede de escuteiros e um centro social paroquial que funciona como infantário e ATL para crianças do 1º e 2º ciclo.
Á posteriori, quase no limite da freguesia localiza-se o cemitério de Candoso, de momento em fase de requalificação e ampliação.
Terminamos o nosso percurso no centro escolar atual, um edifício moderno que se insere na paisagem deste território. um núcleo/ponto de encontro para as crianças de todo o concelho. A escola apresenta 75% de espaço aberto, não edificado onde as crianças podem brincar livres e alegremente.



CAMINHAR COMO PRÁTICA DE RECONHECER
por Ana Carolina Lopes, João Leite, José Antunes e Susana Pereira



CAMINHAR - PARQUE INFANTIL RUA DA SAUDADE, PEVIDÉM
por Emelyne Matilde, Geraldine Le Bihan e Luciana Pilla

Este exercício de urbanística consistiu na análise à vila de Pevidém. Através do percurso que fizemos, decidimos destacar as diferenças observadas dependendo da estrada. Existem diferenças entre pavilhões, espaços ajardinados, casas com terraços ou casas sem prédio em frente. A faixa também pode variar com mais ou menos espaços para estacionar carros, calçadas mais largas que outras. Através de um trabalho de recorte mesclado a um trabalho de esboços, a ideia é trazer à tona essas diferenças percebidas.

Para uma melhor análise deste território, fizemos um trabalho de análise temporal para perceber como todos estes tipos de moradias foram capazes de se desenvolver ao longo do tempo e como o território mudou com estas novas habitações, em torno desse parque infantil. Observamos, por exemplo, que as ruas que percorremos já foram caminhos e depois pequenas estradas modeladas pelo ser humano e que várias árvores foram cortadas para facilitar a construção de habitações. No entanto, também notamos que a agricultura e a vinha (usadas como limites de parcelas), se desenvolveram ao longo do tempo, o que significa que a população realmente se apropriou do território.



PARQUE INFANTIL DA URBANIZAÇÃO DA LAPA, PEVIDÉM
por Ana Borlido, Ana Carvalho, Maria Silva e Telma Leites

Este trabalho teve como mote o caminhar como prática de reconhecer, com o intuito de se identificar as características do território em questão, Pevidém, Guimarães, desde as suas tipologias parcelares, habitacionais e viárias, ao seu declive e às suas dinâmicas sociais.

Um parque infantil é um espaço potencializador de interações intergeracionais, uma vez que é um espaço dedicado às crianças, que por sua vez são acompanhadas por adultos. Isto faz com que estes espaços se tornem pontos de encontro, de convívio, de partilha e de lazer nas comunidades onde se inserem.

Este terá sido o objeto em estudo neste reconhecimento territorial, que moldou a forma como abordamos o sítio e o interpretamos.

Com o estudo do local foi possível identificar que este território era composto, maioritariamente, por habitações unifamiliares, no entanto era também composto por um conjunto diversificado de tipologias, como escolas e fábricas que dinamizam o mesmo.

Pevidém, devido ao seu contexto histórico e localização favorável, o Vale do Ave, permite identificar parcelas agrícolas, que também tem influência na maioria das habitações unifamiliares. Cada habitação possui um logradouro que tanto admite um carácter de jardim como de horta para consumo próprio. As parcelas agrícolas são, muitas vezes, delimitadas por ramadas de videiras, sendo uma das parcelas mais consideráveis, em tamanho, uma vinha.

Para se puderem conhecer estas características e dinâmicas do sítio, e tendo em consideração o mote proposto, traçou-se um percurso pedonal que definiu a área em estudo e que lançou as bases do reconhecimento, posteriormente permitindo um aprofundamento dos temas e a sua representação.