Ano Letivo
2019/2020
Unidade Curricular
Laboratorio de Urbanistica
Ano Curricular
3º
Docência
Cidália Ferreira Silva e Vincenzo Riso
Título do Exercício
Os “Playgrounds” de Aldo Van Eyck em Amsterdão
Local de Intervenção
Amsterdão, Países Baixos
Enunciado do Exercício
Os “Playgrounds” de Aldo Van Eyck em Amsterdão, investigados através do desenho a várias escalas. Pretende-se a análise do parque a várias escalas, desde a escala urbana, clarificando as relações com o tecido urbano, ruas, edifícios, espaço público-espaço privado, etc; até ao desenho do parque, respetivos espaços e elementos: colocar medidas. O trabalho deve ser complementado com a caraterização dos materiais e proporções dos parques e com a representação da apropriação do parque.
Vários Autores
VONDELPARK "NEAR MUSIC PAVILLION" por Carolina Lopes, João Leite, José G. Antunes e Susana Pereira
NIEUWMARKT PLAYGROUND, ALDO VAN EYCK por Emelyne Matilde, Geraldine Le Bihan e Luciana Pilla
O parque infantil estudado é denominado "parque infantil Nieuwmarkt" porque se situada numa das ruas que saem da praça Nieuwmarkt onde se encontra o “Waag”, um monumento gótico fortificado do século XV. Este projeto de playground que data de 1968 ocorre em uma grande praça de 560m². Situa-se por um lado entre dois grupos de casas e entre duas ruas. O seu desenvolvimento nasce da vontade de oferecer às crianças da Segunda Guerra Mundial novos espaços, de forma a favorecer a partilha, mas também para oferecer uma extensão do seu habitat, muitas vezes não muito generoso. Neste playground, encontramos vários arranjos diferentes. Em primeiro lugar, temos quatro elementos circulares feitos pela justaposição de uma série de toras verticais de madeira com altura máxima de 1,80m e menos em alguns pontos para fazer assentos. Estes não estão voltados para a praça, mas são articulados e abertos uns sobre os outros. Em dois desses elementos circulares encontramos em um deles uma caixa de areia e no outro uma série de plataformas de concreto. Um pequeno jardim faz a transição entre as moradias. Por fim, notamos a utilização de um alpendre de madeira cujo telhado passa a ser inclinado para garantir uma função protetora. Também forma uma pequena casa onde as crianças podem realizar várias atividades enquanto são protegidas. Quanto aos materiais, a madeira e o betão são as principais texturas aqui introduzidas, o que produz um forte efeito pelas suas características. Finalmente, este playground foi inspirado principalmente no pintor Kandinsky que usa formas puras. Os elementos circulares como módulos se repetem em vários tamanhos diferentes e o quadrado formado pela cobertura quebra esses elementos em planta. Quanto à demolição deste parque infantil, não temos uma data exacta, mas foi eficaz a seguir às obras provocadas pelo aparecimento do metro na década de 1980. Além disso, a crescente necessidade de habitação também tem levado a esta demolição. Hoje só encontramos um pequeno espaço verde entre todas essas moradias. A análise desse cercadinho foi interessante porque está em total contradição com os cercadinhos que conhecemos hoje. Aldo Van Eyck não quer deixar o parque muito infantil, ele traz matérias-primas como concreto e madeira, mas acaba dando a imaginação aos mais pequenos. Com essas diferentes formas dispostas no centro de Amsterdã, as crianças não têm problemas para se divertir nesses jogos de concreto. Integra-se bem com a paisagem e dinamiza a imaginação dos mais pequenos.
DIJKSTRAAT PLAYGROUND, ALDO VAN EYCK por Ana Borlido, Ana Carvalho, Maria Silva e Telma Leites
No final da 2ª guerra mundial sentiu-se a necessidade de transformar espaços públicos inutilizados e lotes destruídos para criar playgrounds que juntassem as comunidades, onde as crianças pudessem brincar ao ar livre, de modo a dinamizar novamente a vida quotidiana pós-guerra e as pessoas pudessem vivenciar uma nova realidade.
Van Eyck aproveitou esta oportunidade em Amesterdão para experimentar e explorar. Identificou um problema do momento e deu-lhe solução. Um dos sítios escolhidos pelo arquiteto para a construção de um dos seus playgrounds foi um lote onde duas habitações foram destruídas durante a guerra, um terreno de lixo entre dois lotes habitacionais, com duas paredes altas.
O parque é construído dentro do contexto do sítio e dá importância à vida urbana, de modo a ser um ponto de encontro da comunidade, para que não só diluísse a imagem dura de destruição, como lhe voltasse a dar vida. Este playground caracteriza-se, também, como um marco de lembrança do passado, que se desenvolveu, juntando a comunidade de todas as faixas etárias.
Os parques do Van Eyck foram pensados de maneira a serem utilizados coletivamente, a albergarem, simultaneamente, muitas crianças nas mesmas atividades.
Sendo a disposição dos elementos feita de modo assimétrico, o movimento entre eles torna-se, de certa forma, circular sugerindo também a igual importância de todos os objetos porque não adota nenhuma direção em especial.
ZAANHOF: THE INTRODUCTION OF A PLAYGROUND IN A LOW RESIDENTIOAL AREA por Beatriz Marques, Luiza Aredes, Maria Beck e Mariana Almeida
O parque infantil em Zaanhof, Amesterdão, foi o segundo a ser desenhado por Aldo van Eyck sendo construído em 1948 no centro de Het Schip. Isto é, no centro de um conjunto de apartamentos que representam a escola de Amsterdão e que já existia desde 1917, uma construção ainda importante visto que representa uma época e um “estilo” arquitetónico, e que mostra como uma boa arquitetura é possível com um bom plano urbanístico também. Este edifício define um quarteirão e no seu centro foi construído um jardim para uso dos moradores, e foi aí também que se construiu um dos 700 parques infantis desenhados por Aldo van Eyck.
As moradias foram construídas para trabalhadores, no geral famílias grandes viviam em casas pequenas, não havia espaço para as crianças brincarem, por isso a necessidade de construir os parques infantis.Aldo van Eyck usa formas abstratas e rígidas, mas com elas cria um espaço livre, não desenha limites o que permite que seja possível mais movimento e mais possibilidades de criar novos caminhos. As formas que o arquiteto desenha estão por um lado em contraste com o jardim envolvente, são formas abstratas em contraste com as formas vivas orgânicas, mas por outro lado ficam em equilíbrio com estas pois não são simétricas nem demasiado evidentes, quem passa lá perto apercebe-se claro, mas não causa distúrbios na paisagem nem na imagem do quarteirão. Existe a intenção de colocar árvores em volta do parque como maneira de marcar o eixo da praça e proteger o parque, sem nunca limitar o seu acesso.
Estas formas não são desenhadas nem colocadas ao acaso, tendo conhecimento da vida académica do arquiteto e sabendo que tinha gosto por certas pinturas com traços e cores mais elementares, vemo-las como uma reinterpretação de obras de arte de por exemplo Mondrian ou Picasso.
O parque é dividido em 4 retângulos cada um destinado a um diferente elemento, estas zonas são definidas apenas pela diferença de pavimento, este é construído em ladrilho de betão branco que contrasta com os tons acastanhas de areia do resto da praça. A maior zona contém a caixa de areia, e nas outras foram construídas também três estruturas de aço de diferente tamanho, 7 cilindros baixos de betão e na zona mais pequena uma estrutura giratória também de aço. Um ambiente que permite as crianças brincarem e imaginarem o que quiserem sem se prenderem a um castelo ou a um animal já desenhado, permitindo que de formas puras possam imaginar uma sala de estar com a porta no teto.